quinta-feira, 26 de junho de 2008

Medo e Delírio

Com um roteiro enxuto e com boas doses de suspense, chega as locadoras o grande vencedor do Oscar 2008.

ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ
(No Country for Old Men; EUA, 2007)
Dir.: Ethan e Joel Coen
Com Tommy Lee Jones, Josh Brolin, Javier Bardem, Kelly McDonald
2h02 min - Suspense
.
Há coisas que acontecem na vida, que não parecem ter muita explicação. Podem ser detalhes, como um grande evento. Ano passado, os Irmãos Coen, sempre em alta em Hollywood, apresentaram um filme que ate então voara baixo nos mais ávidos radares da mídia. Apresentado em Cannes, surpreendeu e começou o burburinho sobre indicações ao Oscar. Não era bem um faroeste. Não era contemporâneo tambem, mas falava sobre um tema muito comentado hoje em dia: O medo.
.
E das prováveis indicações ao prêmio máximo do cinema, um nome era o mais certo: Javier Bardem, que ironicamente, nada mais faz no filme do que ser a própria personificação do medo. Um assassino frio e calculista. Metódico ao último fim de cabelo. Uma performance coadjuvante que rouba a cena dos protagonistas com sobras e se transforma em um dos vilões mais impressionantes do cinema desde que Anthony Hopkins comeu algumas pessoas em "O Silêncio dos Inocentes". E assim como seu antecessor, a vitória no Oscar, mas como melhor ator coadjuvante.
.
Mas a história, passada nos anos 80, começa com Llewelyn Moss. Um caipirão que em um dia de caça, acaba encontrando um malote cheio de dinheiro em um cenário que claramente indica um violento tiroteio e uma negociação (envolvendo drogas) que não deu muito certo. Moss acaba pegando o dinheiro e deixa a cena com alguns vestígios. Logo logo ele é rastreado e então entra em cena o temido Anton Chigurh, um assassino impiedoso, na cola de Moss. E durante todo o alvoroço, o xerife Bell, conhecido de Llewelyn, tenta desvendar o caso.
.
O filme tem incontáveis triunfos, que varia desde as atuações a direção (sempre acima da média) dos Irmãos Coen (vencedor do oscar ainda como melhor filme, roteiro adaptado e direção). E a intensificação do suspense se dá pela completa ausência de trilha sonora. Somente os diálogos e os certeiros efeitos sonoros para cada cena tornam o clima do filme mais angustiante. São detalhes. Detalhes que crescem junto com a sua ansiedade. Mas que nem sempre explicam os eventos que acontecem "off-screen". Que remetem ao medo da falta de controle que temos na vida. E todo esse medo, ainda ganha uma boa refelxão no fim. Não agrada a todos. Mas, a vida é assim mesmo.
.
(Nota 10,0)
.
Trailer:

Nenhum comentário: