sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ação de Videogame

Deixe seu cérebro numa jarra.

O JUSTICEIRO - ZONA DE GUERRA
(The Punisher: War Zone; EUA, 2008)
Dir.: Lexi Alexander
Com Ray Stevenson, Dominic West, Doug Hutchinson, Wayne Knight
1h43 min - Ação


O Justiceiro nunca foi um personagem bem-sucedido na telona. Jamais gozou do privilégio comercial de um Batman ou de um Homem-Aranha. Talvez pelo tom trágico a demasiada negatividade do personagem. A versão com Dolph Lundgreen, revoltante, teria enterrado de vez qualquer pretensão. Em 2004, Thomas Jane entrou na pele do (anti) herói em um filme bobo. E agora, a versão maloqueira.

O filme ignora suas outras versões. Quando o Justiceiro captura o mafioso vaidoso Billy Russoti um "acidente"o desfigura e ele se torna o Retalho, que jura vingança ao protagonista. E mesmo pensando em abandonar a vida de Justiceiro, Castle resolve enfrentar o inimigo, para proteger a família de um informante infiltrado na máfia.

"Opa... Head shot!"

Desastroso e com um péssimo gosto, "O Justiceiro - Zona de Guerra" deve fazer a festa de quem curte uma violência gratuita e degenerada. Socos que atravessam crânios, corpos que explodem com facilidade e as famosas saraivadas de balas (estas cenas de tiroteio, ponto positivo do filme) preenchem uma completamente sem graça. Mas a maior falha é um vilão previsível como o Retalho. Fora o exageiro, a composição do antagonista acaba se tornando uma versão tosca de alguem que desejava ser tão ameaçador quanto um Coringa para o Batman. E o humor pastelão, tira a seriedade (principalmente dos policiais) de um filme que poderia ser muito mais, do que acabou se tornando. Enfraquece os coadjuvantes e faz com que o protagonista seja sério demais num filme onde quase ninguém se leva a serio.

Nota: 2,0

Trailer:

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Pecados Pessoais

Prepare-se para sentir aquele soco disfarçado de filme.

CHOKE - NO SUFOCO
(Choke; EUA, 2008)
Dir.: Clark Gregg
Com Sam Rockwell, Anjelica Houston, Kelly MacDonald, Clark Gregg
1h32 min - Comédia

Há um tipo de humor no cinema. Não é pastelão. Não é sofisticado. É um meio-termo. Um humor que choca, agride sem necessariamente ser apelativo. Encontra-se naquele tipo de filme em que você não recomendaria a um vizinho. Mas consta naquele filme em que considera um "pecado pessoal". Você gosta, imagina que pouquíssimas pessoas do seu círculo de amizades gostariam. Mas a vontade de indicá-lo está sempre na ponta da língua.

Em "Choke - No Sufoco", Victor Mancini (Rockwell, brilhante) é um "intérprete histórico" em uma simulação dos EUA colonial. Ele também é viciado em sexo. E sua mãe está agonizando em um hospital. Nào consegue se tratar e ainda por cima aplica pequenos golpes para tentar se sustentar. Mas ao passo que a condição de sua mãe piora, ela deixa escapar que tem um segredo que guardou a vida toda para Victor. Não contarei mais do que isso.

"Ela me chamou de Je..."

Choke é um filme curto, esperto, irreverente e sem dúvidas, engraçado até o fim. Sam Rockwell (sem dúvida, um dos melhores atores de sua geração), com seu jeitão de bêbado desiludido, domina o filme com facilidade. Sua futilidade e carência é rapidamente abraçada pelo espectador graças ao carisma que Victor consegue transmitir em meio aos comentários e decisões repugnantes que toma. Mas o real mérito de "Choke" é introduzir uma "reviravolta disfarçada" na metade do filme (você vai saber qual) e fazer com que ela cause um impacto ainda maior nos últimos cinco minutos. Se nada até então fizer sentido e você sentir uma vontade de tirar o filme, aconselho que espere. Porque quando a cena congela no momento certo, você é encaixado perfeitamente nos sapatos de Victor. As piadas inseridas durante todo o tempo (e os diálogos de Victor com seu amigo Denny já valeriam o ingresso) fazem com que todo o tema, teoricamente pesado de "Choke", dilua e torne a experiência mais divertida. O seu mais novo "pecado pessoal". Imperdível.

Nota: 9,5

Trailer (sem legendas):

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sete Motivos

Sete motivos para ver "Sete Vidas"

SETE VIDAS
(Seven Pounds; EUA, 2008)
Dir.: Gabrielle Muccino
Com Will Smith, Rosario Dawson, Woody Harrelson, Barry Pepper
2h03 min - Drama - 14 anos



1-Will Smith
A melhor interpretação do astro. Entre o bad boy sanguinário, o lutador campeão do mundo e aquele bobalhão das aventuras embaladas pelos clipes musicais, existe um baita ator que vez em outra, faz um filmaço.

2-A direção de Gabrielle Muccino
O diretor italiano retoma a parceria com Smith, como fizeram no belíssimo "À Procura da Felicidade". Aqui, para contar uma história melancólica e pesada, o diretor/roteirista abusa da cadência e controla seu espectador por toda a extensão do filme. Acredite, durante todo o filme você nunca está um passo a frente dele.

3-O roteiro magnífico
É preciso chegar ao final para que você entenda a trama por completo. Perder um instante deste envolvente filme, certamente comprometerá a experiência. Ben Thomas (Smith) é um agente da receita federal com um segredo terrível, e que sem motivos aparentes, decide ajudar sete estranhos. O problema é quando se apaixona por uma das pessoas, o que pode colocar em risco seu projeto.

4-A sequência de abertura
Enigmática. Uma peça valiosa de um quebra-cabeça que define exatamente o tom do filme.

5-Rosario Dawson
Uma atriz que cresce a cada filme em Hollywood ganha um papel que realmente testa sua capacidade de atuar. Passa com louvores. Sua química com Smith é cativante. Sua expressão e carisma fazem toda a diferença.

6-Os atores Coadjuvantes
Todos os coadjuvantes possuem devida importância para o desenvolvimento da trama, com tempo perfeito em cena. Nunca exageirando e jamais abusando da paciência do espectador.

7-O final corajoso
Simples, forte e chocante. É o tipo de final que passa pela sua cabeça durante todo o filme, mas você não cogita porque prefere não cogitar. E na medida para encerrar uma das melhores surpresas que tive nos últimos anos.

Nota 9,5

Trailer:

sábado, 1 de agosto de 2009

Ponto de Exclamação!

Nicole Kidman e Hugh Jackman desperdiçam o seu dinheiro.

AUSTRALIA
(EUA/AUS, 2009)
Dir.: Baz Luhrmann
Com Nicole Kidman, Hugh Jackman, Bryan Brown, David Wenham
2h45 min - Drama



Ponto de exclamação. Pesquisando rapidamente pela internet, descobri que o ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, contentamento ou para enfatizar emoções. Alguns até chegam a indicar o uso com devidos cuidados, com parcimônia e em poucas ocasiões. Talvez para não parecer exageiro. Com isso dito, chego ao ponto onde digo que assisti a "Austrália" há mais ou menos um mês. Não li o roteiro escrito, mas poderia apostar que o uso de pontos de exclamação não foram poucos. Não foram utilizados com cautela. E com certeza sem os "devidos cuidados".

No filme, a personagem de Nicole Kidman chega ao país do título, tentando se livrar da imensa propriedade da família, mas ao se deparar com o marido morto e com algumas irregularidades no local, decide se livrar das milhares de cabeças de Gado, para tentar arrecadar dinheiro para a falida fazenda. Com a ajuda de um homem robusto (Hugh Jackman) e dos funcionários da fazenda eles cruzarão milhas para efetuar a venda para o exército, mesmo com o iminente ataque aereo japonês.

"Assista ao nosso filme! Olha só como ele é divertido!"

O que dizer sobre Austrália? Ponto de exclamação, sem moderações. Cascatas de clichês empurram uma história que prefere focar num romance barato e sem graça, pontuados por tragédias tão exageiradas, do que no drama de época em si. O vilão é muito mau, e muito inescrupuloso, tudo é muito difícil, os diálogos são muito pretensiosos, a atriz tem uma péssima interpretação e entre inúmeros outros pecados, a cultura dos arborígenes australianos é reduzida a clichês, minimizando toda a sua importância histórica a um garotinho chato. E os momentos que deveriam divertir, acabam por conduzir seu (já) sonolento espectador a implorar pelos créditos finais. Austrália não diverte, não encanta e o pior de tudo, não faz o espectador a refletir sobre absolutamente nada nas duas horas e meias que passaram. Apenas sobre o dinheiro gasto para perder seu tempo. Quando na locadora, alugue o filme que estiver ao lado. Seja ele qual for.

Nota 1,0

Trailer: