Prepare-se para sentir aquele soco disfarçado de filme.
CHOKE - NO SUFOCO
CHOKE - NO SUFOCO
(Choke; EUA, 2008)
Dir.: Clark Gregg
Com Sam Rockwell, Anjelica Houston, Kelly MacDonald, Clark Gregg
1h32 min - Comédia

Há um tipo de humor no cinema. Não é pastelão. Não é sofisticado. É um meio-termo. Um humor que choca, agride sem necessariamente ser apelativo. Encontra-se naquele tipo de filme em que você não recomendaria a um vizinho. Mas consta naquele filme em que considera um "pecado pessoal". Você gosta, imagina que pouquíssimas pessoas do seu círculo de amizades gostariam. Mas a vontade de indicá-lo está sempre na ponta da língua.
Em "Choke - No Sufoco", Victor Mancini (Rockwell, brilhante) é um "intérprete histórico" em uma simulação dos EUA colonial. Ele também é viciado em sexo. E sua mãe está agonizando em um hospital. Nào consegue se tratar e ainda por cima aplica pequenos golpes para tentar se sustentar. Mas ao passo que a condição de sua mãe piora, ela deixa escapar que tem um segredo que guardou a vida toda para Victor. Não contarei mais do que isso.
Choke é um filme curto, esperto, irreverente e sem dúvidas, engraçado até o fim. Sam Rockwell (sem dúvida, um dos melhores atores de sua geração), com seu jeitão de bêbado desiludido, domina o filme com facilidade. Sua futilidade e carência é rapidamente abraçada pelo espectador graças ao carisma que Victor consegue transmitir em meio aos comentários e decisões repugnantes que toma. Mas o real mérito de "Choke" é introduzir uma "reviravolta disfarçada" na metade do filme (você vai saber qual) e fazer com que ela cause um impacto ainda maior nos últimos cinco minutos. Se nada até então fizer sentido e você sentir uma vontade de tirar o filme, aconselho que espere. Porque quando a cena congela no momento certo, você é encaixado perfeitamente nos sapatos de Victor. As piadas inseridas durante todo o tempo (e os diálogos de Victor com seu amigo Denny já valeriam o ingresso) fazem com que todo o tema, teoricamente pesado de "Choke", dilua e torne a experiência mais divertida. O seu mais novo "pecado pessoal". Imperdível.
Nota: 9,5


